Comércio exterior deve crescer em 2018

9 de jan de 2018

A balança comercial do Brasil terminou o ano de 2017 com o maior superavit da história: US$ 67 bilhões. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), esse recorde se deve, principalmente, a dois fatores. Um deles é a queda das importações, causada pela economia ainda fragilizada pela recessão de 2015 e 2016. O outro é a recomposição dos preços das commodities nas exportações, bens primários cotados no mercado internacional.

O saldo atingido no ano passado foi a primeira alta das exportações brasileiras depois de cinco anos e das importações em três anos. As vendas externas totalizaram US$ 217,746 bilhões em 2017, enquanto as vendas internas somaram US$ 150,745 bilhões, um crescimento de 18,5% e 10,5%, nesta ordem.

Em 2018, a tendência é que haja um aumento dos negócios internacionais pelo segundo ano consecutivo. “O saldo positivo deve ser robusto e ficar próximo de US$ 50 bilhões, o segundo maior superavit da série histórica brasileira, atrás apenas de 2017”, declarou o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, em coletiva no segundo dia do mês.

O consultor de comércio exterior e professor da GS Educacional, Henrique Mascarenhas, também acredita nesse cenário. “Tudo indica que a balança comercial brasileira será superavitária mais uma vez, mas não recorde. Isso porque o volume de importações deve subir em virtude do aquecimento da economia e do aumento do consumo interno”.

Entraves ao comércio exterior

Segundo o especialista, um dos motivos que ainda prejudica os negócios internacionais do país é o despreparo para atuação na área. “É comum vermos profissionais competentes na parte operacional e burocrática, mas também precisamos de bons profissionais em negociações e na promoção comercial. É exatamente nessa área de comércio internacional que devemos focar na qualificação para o desenvolvimento de novos negócios no exterior”, observa.

Outro fator é a urgência em se reduzir, de forma efetiva, os altos custos dos processos de logística e das despesas tributárias. “Trata-se de um imperativo para tornar o Brasil mais competitivo em nível internacional”, afirma Mascarenhas.

Ações para impulsionar os negócios

O consultor avalia como boas as ações do governo para reduzir diversos custos e entraves burocráticos nos processos de importação e exportação. Entretanto, ressalta a necessidade de se fazer a reforma tributária. “No Brasil, os negócios dependem, sobretudo, do transporte rodoviário. Como o preço dos combustíveis subiu muito, principalmente com aumento de impostos, o custo da logística e dos produtos sofreu um enorme impacto. O governo precisa ser mais eficiente e não penalizar tanto diversos setores da economia”.

Por outro lado, Mascarenhas lembra que as empresas também precisam ser mais competitivas, não só contribuindo com a redução do custo logístico. “Mesmo com bons profissionais e com a diminuição das despesas, se as empresas não tiverem produtos interessantes, inovadores e de boa qualidade, elas não conseguirão desenvolver negócios em outros países”, pondera.

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