Desenvolvimento de cidades criativas

6 de out de 2014

2ª Semana do Turismo traz a economia criativa como foco da programação em 43 cidades

A economia mundial é impactada por transformações cada vez mais aceleradas. Em um cenário de mudanças extremamente ágeis, a criatividade humana passa a ser o diferencial de qualquer sociedade. E é por meio do valor agregado a serviços e produtos que os negócios poderão se destacar. Esse contexto foi descrito pela autora da primeira tese brasileira sobre cidades criativas, Ana Carla Fonseca, na abertura da 2ª Semana do Turismo, realizada pelo Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac, entre os dias 22 e 28 de setembro. “A economia criativa traz uma dinamização da economia até nos setores tradicionais. No turismo, não é diferente. O turista também está buscando atributos únicos nos lugares que visita”, disse.

Doutora em Urbanismo pela Universidade de São Paulo, Ana Carla trouxe sete olhares da economia criativa: ter visão da cadeia; tornar a proposta irresistível; assumir riscos calculados; “jogar junto”; inverter a lógica; transformar problema em solução; e aproveitar a inteligência urbana. “Ser criativo também exige planejamento. E só se pode falar em economia criativa se todos tiverem mais chances de usarem sua criatividade”, ressaltou.

Entre os exemplos apresentados pela palestrante, estão os passeios por Londres (London walks). A iniciativa começou em 2010 com o treinamento de moradores de rua que levavam pessoas a conhecerem determinados espaços. “Esses moradores apresentavam os cantos da cidade como ninguém! Nesse caso, o turismo foi usado, ainda, para solucionar aspectos sociais. É um novo olhar”.

Distritos criativos

Em Buenos Aires, o governo tem desenvolvido distritos criativos com a proposta de aproveitar a identidade dos bairros e fortalecer não só o turismo como também a economia local. Tema da palestra do subsecretário de Economia Criativa do Governo de Buenos Aires, Enrique Avogadro, que também participou da abertura da 2ª Semana de Turismo, os distritos recebem investimentos do governo e as empresas instaladas podem usufruir de incentivos fiscais.

“No bairro Palermo, há um cluster de empresas audiovisuais. A ideia é que a proximidade delas gere resultados melhores”, explicou. Na região, foram investidos US$ 150 milhões. No bairro Boca, onde fica o famoso ponto turístico Caminito, foi criado o Distrito das Artes, onde há 70 agentes culturais estabelecidos e 14 projetos em curso. “A importância é o desenvolvimento econômico. Não adianta só falar em economia criativa. Precisamos medir o impacto dessa economia criativa no restante da economia”, destacou. “O grande desafio é como você conta sua história, seja com seu produto ou serviço. Em alguns lugares de Buenos Aires, por exemplo,  encontra-se o ‘novo tango’, misturado ao rock e outros estilos musicais. O objetivo é trazer um olhar diferente, inclusive ao nosso tradicional tango”.

Apoio regional

Na abertura da 2ª Semana do Turismo, estiveram presentes o presidente interino do Sistema Fecomércio MG, Sebastião da Silva Andrade, o presidente da Belotur, Mauro Werkema, o diretor técnico interino do Sebrae Minas, Marden Márcio Magalhães, o presidente do Conselho de Turismo da CNC, Alexandre Sampaio, e o secretário de Estado de Turismo e Esportes de Minas Gerais, Thiago Lacerda.

A cerimônia foi finalizada com uma apresentação musical de Sanducka, trazido pelo Minas ao Luar, do Sesc. O músico tocou canções autorais além de composições de outros cantores.

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