Do Vale do Silício para Minas Gerais

15 de dez de 2014

O Vale do Silício, um conjunto de pequenas cidades no Estado da Califórnia, Estados Unidos, é considerado o berço da tecnologia global. Empresas como Apple, Google e Facebook nasceram na região e conquistaram o mundo em pouco tempo. Hoje, recebe milhares de profissionais de locais diversos, em busca do mesmo sucesso. O mistério desse polo empreendedor é revelado pela autora americana Deborah Piscione no livro “Segredos do Vale do Silício: o que todos podem aprender com a capital mundial de inovação” (tradução livre), que será lançado neste ano no Brasil pela Editora HSM.

Deborah iniciou sua carreira no Congresso Americano e na Casa Branca, atuando, em seguida, como comentarista de televisão e rádio. Em 2006, aventurou-se pelo Vale do Silício e descobriu seu lado empreendedor: abriu seis empresas no período de três anos. Em entrevista ao Fecomércio Informativo, ela fala sobre a cultura única da região e sobre a importância da meritocracia e da tolerância a riscos. “No Vale do Silício, cada um é responsável pelo sucesso ou fracasso da organização. Essa mentalidade é fundamental”, diz.

O que distingue a cultura do Vale do Silício do restante do mundo?

A “terra do Google” tem um estilo completamente diferente. As pessoas são muito mais abertas, transparentes e colaborativas. Recebi um investimento de US$ 250 mil sem um plano de negócios, de um investidor que mal me conhecia. Esse valor rapidamente se transformou em US$ 1 milhão e, depois, em US$ 5 milhões. A confiança é o primeiro passo. Além disso, as ideias são compartilhadas: você pode ser o autor de uma boa ideia ou trabalhar em conjunto com outras pessoas para fortalecer a ideia delas, encorajando-as, e não o contrário. No Vale do Silício, cada um é responsável pelo sucesso ou fracasso da organização. Essa mentalidade é fundamental.

E o que as empresas precisam fazer para criar uma cultura de inovação?

Não é preciso criar algo grandioso, disruptivo. Isso custa muito caro, pois nove entre cada dez ideias falham. Trabalho com o conceito de “inovação improvisada”, que contempla inovações incrementais que estão bem ali, na sua porta. A ideia pode vir de qualquer pessoa.

Fiz uma pesquisa com CEOs para meu próximo livro e perguntei: “O que tira seu sono?” E eles responderam: “Não sabemos qual é a próxima grande ideia”. Mas as ideias vêm das pessoas! É preciso ouvi-las e criar uma cultura de meritocracia para reconhecer suas vitórias.

Como as empresas lidam com o fracasso no Vale do Silício?

No Vale do Silício, o fracasso é visto de outra forma: ele é abraçado e se torna uma questão de honra. Você se torna melhor devido às suas falhas e não devido às suas conquistas. É preciso eliminar o medo de fracassar, pois ele é paralisante. Há indivíduos que querem praticamente “colonizar Marte”, mas é esse pensamento tão ousado que encoraja outras pessoas e dá a elas a liberdade de ir muito além. Nenhuma ideia pode ser considerada inalcançável. Tudo é possível.

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