Equilíbrio receita X despesas

3 de ago de 2015

Na teoria, todos nós sabemos que a receita de um orçamento deve ser maior que a despesa. Fechar essa conta parece muito fácil. Mas por que o brasileiro tem dificuldades para incorporar essa matemática simples? Primeiro porque não sabe planejar e segundo porque não consegue controlar os gastos. Isso mesmo, a falta de planejamento e de controle são as maiores queixas dos endividados e dos inadimplentes. E a organização é fundamental justamente para conhecermos o nosso orçamento pessoal e familiar.

Não tenha dúvida de que anotar os gastos vai ajudar, e o registro deve contemplar desde o cafezinho ao financiamento do imóvel. Assim, saberemos para onde vão nossos gastos, sejam fixos ou variáveis, supérfluos, desperdícios ou necessários. A partir do momento que visualizamos o caminho das despesas, conseguiremos alocar nossa receita para sobrar uma parte para o longo prazo, ou seja, para os investimentos e a nossa aposentadoria.

Ao receber o salário, não precisamos esperar o final do mês para pensar na poupança; é crucial já separar uma parte dos recursos para esse fim. Cortar os desperdícios também pode fazer a diferença posteriormente e, neste momento, uma autoavaliação é necessária. Será que a luz da cozinha precisa estar acesa quando estamos na sala assistindo televisão? Pagar a academia por seis meses e frequentar por seis dias é a melhor escolha? Será que comprar o maior sanduíche da lanchonete, mas ter apetite para comer o menor não pode ser evitado?

Precisamos ter consciência em alguns momentos rotineiros, pois as compras por impulso são muito elevadas no Brasil. É importante nos perguntar se aquele bem ou serviço é necessário. Caso positivo, na hora de efetuar o pagamento, qual será a melhor opção? Pagar à vista ou a prazo? No geral, quando conseguimos algum desconto, a opção pelo pagamento à vista é melhor. Mas como 75% das compras no Brasil são a prazo, devemos optar por qual modalidade de pagamento: cartão de crédito? Cheque? Boleto Bancário? Carnê da Loja? Existem várias opções, mas conhecer os juros, os prazos, as parcelas e os riscos em cada transação é muito importante.

Saiba que o cartão de crédito possui a maior taxa de juros do mercado brasileiro, em média 12% ao mês ou 290% ao ano, e o atraso no pagamento poderá ser um problema difícil de resolver. Por isso, a importância do planejamento e do controle. Minha sugestão é colocar a fatura em débito automático e jamais esquecer a data de vencimento. Bem administrado o gasto, ele não será um incômodo.

Com aquele dinheiro que você separou lá no início do mês, planeje sua viagem de férias, a aquisição de um carro ou a compra de um apartamento, por exemplo. Mas não esqueça sua aposentadoria. Para isso, precisaremos conhecer as diversas maneiras para aplicação dos nossos recursos.

Você sabia que 95% dos brasileiros conhecem a caderneta de poupança? Mas essa não é a única opção para aplicar seu dinheiro. Que tal buscar conhecimento e estudar um pouco sobre o mercado de ações e a compra de títulos públicos? Podem ser ótimas escolhas.

Não tenha dúvida de que, acima de tudo, o melhor é ser feliz. Mas como alcançar essa tal felicidade? Essa resposta eu não tenho, pois apenas você pode responder à pergunta. Encontre o equilíbrio em relação ao seu orçamento, mas sempre pense no curto, médio e longo prazos. Todos esses momentos serão importantes na sua vida.

* Gabriel de Andrade Ivo, economista do Sistema Fecomércio MG

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