Encontro de gerações no ambiente de trabalho

16 de ago de 2018

Janaina Ribeiro, coordenadora de Recursos Humanos da Fecomércio MG

Muito se tem falado, nos últimos anos, das características das gerações Baby Boomers, X, Y e Z. Especialmente no ambiente organizacional, há uma preocupação permanente a respeito de possíveis conflitos. É importante ressaltar, no entanto, que existem, sim, grandes diferenças entre elas. Ao mesmo tempo, a convivência e o bom relacionamento não dependem de “rótulos”. Conhecer cada perfil pode auxiliar os gestores e profissionais de Recursos Humanos a integrar uma equipe composta de múltiplas gerações e, principalmente, gerar aprendizados a partir desse encontro.

Os Baby Boomers são a geração que nasceu logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1946 e 1964. Entre suas características estão a valorização extrema do emprego. Ou seja, o importante é se manter, pelo maior tempo possível, na mesma empresa, independentemente de prestígio, promoções ou conhecimento. O valor estaria em conquistar bens materiais e tranquilidade financeira.

Logo depois dos Baby Boomers surgiu a chamada geração X, nascida entre o início da década de 1960 e final da década de 1970. Movidos por novas oportunidades, reconhecimento e desafios, seus integrantes iniciaram a busca por direitos, começaram a questionar a estabilidade como algo prioritário e despertaram interesse pela inovação. O conhecimento e a possibilidade de crescimento profissional ganham destaque entre esse grupo, assim como a procura por trabalhos mais atrativos, que agreguem valor à vida pessoal. Dessa forma, grandes empreendedores se formaram nesse grupo.

Já a geração Y ou Millennials, nascida entre o início da década de 1980 e os primeiros anos da década de 1990, é marcada pela valorização da autonomia, do reconhecimento profissional, da autenticidade e do sucesso pessoal. A partir dela, se amplia também a visão da importância das diferentes esferas sociais, como o respeito à diversidade racial e de gêneros, além do cuidado com o meio ambiente.

Existem, ainda, os “nativos digitais”, termo criado por Marc Prensky para se referir aos nascidos e criados numa era em que a tecnologia está fortemente presente no dia a dia, e se faz extremamente necessária para o desenvolvimento humano, organizacional e mundial. Também conhecidos por geração Z, essa é a turma mais “fechada” de todas e, por esse motivo, se notabiliza pela falta de proximidade com o outro, pela dificuldade de ser ouvinte e pela preferência em usar os meios digitais para se comunicar.

Diante desse cenário de múltiplos comportamentos, valores, experiências e preferências, como se dará a convivência e o bom relacionamento em um mesmo ambiente profissional? Esse encontro é, inegavelmente, um desafio para os gestores e as organizações. Contudo, se levarmos em consideração que essa diversidade pode estimular a troca de experiências e o aprendizado, há muito mais benefícios que dificuldades.

Assim, é importante saber reconhecer e valorizar o melhor de cada geração para proporcionar o intercâmbio de aprendizado entre os diferentes perfis. As pessoas das gerações Baby Boomers e X conhecem melhor o mercado e detêm mais informações sobre a cultura organizacional. Elas podem, por exemplo, passar essa “bagagem” aos mais jovens e facilitar a adaptação.

Já a criatividade e o espírito empreendedor aguçado da geração Y são capazes de gerar maneiras diferentes e mais eficazes de resolver problemas, até porque esse grupo possui mais flexibilidade e facilidade de adequação às mudanças. A geração Z, por sua vez, pode contribuir de forma significativa nas questões tecnológicas por possuir muito conhecimento e habilidade para lidar com o mundo digital.

Portanto, é preciso desmistificar a ideia de que diferentes gerações não poderão trabalhar em equipe, e deixar claro que os “rótulos” servem apenas para indicar determinadas características. Não é possível definir que um tipo é melhor ou mais difícil que o outro. Pelo contrário. É fundamental, para quem trabalha na área de Recursos Humanos, estimular a interação e a boa convivência num cenário de diversidades.

* Artigo publicado no Portal Mundo RH

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