Comércio e o desafio da modernização

14 de dez de 2018

*Lúcio Emílio de Faria Júnior, presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac

O comércio varejista tem ampliado significativamente sua relevância no mercado brasileiro nos últimos anos, e as perspectivas são ainda melhores para o futuro. Além do cenário de recuperação econômica do país, o momento atual se apresenta como um convite para que os empresários, mais uma vez, se reinventem e se adaptem às mudanças tecnológicas e, principalmente, a um novo perfil de público. Em função das grandes transformações por que passa a sociedade, o setor precisa reforçar seu dinamismo e sua capacidade permanente de modernização para aproveitar as oportunidades.

Isso não é novidade para esse segmento, que existe desde os primórdios do mundo. Do início, na pré-história, como sistema de troca de mercadorias ou escambo, até o surgimento do conceito de moedas – inicialmente, pesadas e, posteriormente, contadas – e as primeiras transações entre países, as mudanças foram relativamente lentas. Basicamente, os negócios eram pequenos e destinados a vender bens dentro da própria localidade. A partir do último século, porém, os progressos são enormes. No caso do Brasil, especialmente após os anos de 1980, diretamente ligados ao cenário econômico.

Sendo assim, a evolução do comércio nacional se dá em função do fim da hiperinflação e consequente estabilidade da moeda, abertura econômica e surgimento das grandes cadeias varejistas, alterações nos hábitos de consumo da população e o advento de novas tecnologias. Alguns modelos de lojas cederam lugar a novos formatos, em conformidade com as necessidades pontuais do cliente, enquanto outros espaços surgiram no mercado, com destaque para aqueles com foco no atendimento às classes C, D e E.

Dessa vez, foram transformações rápidas, envolvendo um consumidor mais exigente e informado. Os empresários do setor precisaram absorver os novos rumos da sociedade e se atualizar quase que diariamente. E é isso que devem fazer novamente ou ficarão obsoletos em bem pouco tempo. Atualmente, lidamos com a globalização e suas ambiguidades, de modo que o papel da era digital na gestão de compras e no relacionamento com o público tornou-se importantíssimo.

Por isso, neste ano em que comemora oito décadas de história, a Fecomércio MG, como representante do comércio de bens, serviços e turismo em Minas Gerais, também volta suas atenções para essas questões. A entidade busca evoluir em conjunto ao segmento, ampliando sua interiorização, estreitando a relação com mercados externos, investindo em capacitação, tecnologia de ponta e, especialmente, em inovação, crucial para a expansão dos negócios.

Uma tarefa desafiadora, mas promissora. Vivemos novos tempos, e as novidades do mundo contemporâneo obrigam as lojas – físicas ou virtuais – a criarem diferenciais competitivos, aliando alta qualidade no atendimento, entrega rápida e preços acessíveis a diversos públicos a produtos e serviços variados e inovadores. É fundamental captar os movimentos nas esferas econômica, tecnológica e social e mudar a forma de pensar o seu negócio, a fim de utilizar bem os atributos da modernidade. Significa criar “conteúdos” personalizados, moldados para o cliente e que valorizam a experimentação. Nesse sentido, há espaço para todas as empresas que apostarem em iniciativas inovadoras e com um alto grau de criatividade. Para prosperar no novo cenário, o fundamental é se movimentar.

*Artigo publicado no jornal Estado de Minas

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