Mulheres líderes: uma realidade

23 de jul de 2019

* Maria Luiza Maia Oliveira – Presidente interina da Fecomércio MG

Nos últimos anos, o ambiente corporativo tem ganhado novas nuances. A liderança feminina frente às corporações cresceu de forma significativa. O índice de mulheres em cargos de direção e gerência no país chegou a 39% em 2016, mas apenas 10% estão no topo dos comitês executivos das grandes empresas.

A transformação do mercado de trabalho diante da atuação feminina no Brasil é notória. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido pela sociedade, ainda conservadora. As mulheres lutam diariamente para serem reconhecidas e terem suas habilidades e qualidades valorizadas.

Diante da necessidade de sustentar suas famílias ou da oportunidade de ter mais autonomia, empenhamo-nos cada vez mais para conquistar postos de trabalho, diversificando nossa atuação. Aquele clichê de que “as mulheres não podem executar determinadas atividades” tornou-se arcaico e deve ser abolido.

Conquistamos, dia após dia, espaços que nos eram restritos, como é o caso do universo empreendedor. Atualmente, as mulheres criam mais negócios que os homens no Brasil, como mostra a Global Entrepreneurship Monitor. A pesquisa foi coordenada, no país, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ). Entre os estabelecimentos com até três anos e meio de existência, o empreendedorismo feminino representa 51,5% dos negócios inaugurados em 2016.

Por outro lado, quando assumem cargos em empresas, elas também possuem habilidades que são identificadas como diferenciais à rotina corporativa, a exemplo de contornar as dificuldades, manter a estabilidade financeira dos negócios e buscar por qualificação constantemente. Tais características profissionais são valorizadas naqueles ambientes corporativos que oferecem espaço para a atuação de lideranças femininas.

Algumas instituições, primordiais ao desenvolvimento do país, têm dado importantes passos nesse sentido. Esse é o caso da Fecomércio MG, entidade que possui 80 anos de atuação em favor do empresário mineiro e do fortalecimento da economia de Minas. Após ter sido uma das primeiras mulheres a ocupar uma posição de diretoria da Federação, tornei-me a primeira presidente da entidade, um diferencial em minha trajetória, que já contemplava uma ampla experiência empreendedora. Além de sócia em uma empresa, há anos busco consolidar o empresariado por meio do Sindicato do Comércio de Itabirito (Sincovita) e da Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Itabirito (Adesita), dos quais sou fundadora.

A situação inédita em âmbito estadual não é diferente do cenário nacional. Não há registros de uma força feminina à frente de uma Federação do Comércio. Em um momento em que a igualdade de gênero, especialmente no mercado de trabalho, está em evidência, é fundamental ressaltar como as mulheres vêm conquistando espaço e diminuindo a disparidade no cenário corporativo em relação às lideranças masculinas.

Temos capacidade e força para assumir grandes posições na sociedade. No entanto, é indispensável que os empresários implementem ações práticas que se transformem em condições e oportunidades iguais dentro das corporações, independentemente do gênero.

Nós, mulheres, seguimos na luta!

* Artigo publicado no jornal O Tempo

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