A luta contra as fake news

14 de ago de 2018

Jéssica Andrade, supervisora de Comunicação da Fecomércio MG

As notícias falsas, conhecidas como fake news, se alastram cada vez mais rápido pela internet. O crescimento do compartilhamento de informações fantasiosas tornou-se uma preocupação constante, principalmente neste período em que o país está às vésperas das eleições. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), dos Estados Unidos, revelou que as informações falsas têm 70% mais chances de viralizar que as notícias verdadeiras, além de alcançar mais pessoas. Nesse cenário, surge um desafio: como identificar e controlar essas informações.

Um exemplo conhecido mundialmente do poder das notícias falsas é a campanha do presidente norte-americano Donald Trump. O republicano, eleito em 2016, ainda é alvo de investigação de especialistas sobre o tema. Eles suspeitam que o político tenha se envolvido na veiculação de notícias falsas sobre os adversários, favorecendo sua imagem diante do eleitorado.

As fake news não são apenas um fenômeno típico da sociedade moderna, são algo identificado ao longo da história. Porém, o avanço da tecnologia digital favoreceu a propagação de informações, sejam elas falsas ou não. Com apenas um clique, os usuários compartilham, sem cerimônias, notícias que percorrem estados, países e até continentes.

O sucesso das fake news se deve à divulgação de informações que despertam a indignação social, embora não correspondam necessariamente à realidade. Algumas notícias falsas apresentam aspectos absurdos, sendo quase impossível que sejam reais. Outras possuem características fantasiosas, com o intuito de motivar reações como estranhamento, revolta, tristeza ou empatia. Seja qual for a situação, são versões reformuladas da realidade que podem gerar transtornos para vários públicos, em alguns casos irreversíveis. Foi o que ocorreu com uma foto tirada em Bangladesh, em 1971. Ela causou reboliço ao ser compartilhada nas redes sociais para descrever o povo rohingya como terrorista.

Mas, há como identificar as fake news? Sim, existem alguns cuidados essenciais que podem evitar esse transtorno. Empresas no ramo de tecnologia e comunicação já compraram essa briga e estão adotando medidas para combater as notícias falsas, como é o caso do Facebook e do WhatsApp. Nesse cenário, a imprensa também assume um importante papel, divulgando matérias verídicas e incentivando a conscientização ao propagar essas informações. A boa apuração, base do jornalismo, é essencial para evitar as notícias falsas. Por isso, realizar pesquisas e procurar empresas, órgãos ou pessoas que estão ligadas ao fato são práticas fundamentais para impedir esses erros.

O envolvimento de toda a população é parte primordial desse processo. Ela pode ajudar a verificar a veracidade dessas informações ao utilizar métodos como analisar o link da notícia, procurar saber se a fonte é confiável, conferir se as imagens são manipuladas, buscar na internet se o material foi publicado em outros sites e desconfiar de manchetes alarmantes ou mesmo exageradas.

O atual cenário tecnológico favorece a veiculação das fake news, propiciando uma divulgação em alta escala de supostas notícias que podem, de acordo com a relevância, causar grandes impactos em diversos segmentos. A guerra contra essas publicações ainda está no começo. No entanto, é necessário recorrer sempre a fontes seguras de informação, cujo objetivo seja levar o público a ter ciência dos fatos, criando suas próprias percepções sobre a realidade, sempre com base na verdade.

* Artigo publicado no jornal Estado de Minas

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