Compras de volta às aulas devem aquecer o comércio até o final do mês

27 de fev de 2023

A pesquisa revela que parte dos comerciantes acreditam que haverá maior fluxo de consumidores após o carnaval

O ano inicia e com ele, o fim das férias escolares. A demanda do ano letivo movimenta a economia com a vendas de materiais escolares. Dessa forma, o período de volta às aulas tem influência para o comércio que se assemelha às datas comemorativas.

A área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG realizou um levantamento com os empresários de Minas Gerais que atuam com vendas de materiais escolares, entre eles: papelaria e livraria; mercado, supermercado e hipermercado; loja de departamento, magazine e multicoisas. O objetivo do projeto é mensurar os impactos da data para o comércio do Estado, conhecer ações adotadas pelas lojas, assim como identificar o perfil das compras realizadas no período.

Foi percebido que 28,2% das empresas obtiveram resultados melhores de vendas se comparado a 2022 e 45,4% disseram que o maior fluxo de consumidores ocorreu no mês de fevereiro.

As vendas para a volta às aulas ainda não trouxeram bons resultados para o comércio. O desemprego e a falta de dinheiro do consumidor (22,9%) e o momento econômico do país (13,8%), foram os principais motivos apontados para os resultados inferiores em comparação com o período no ano passado. Como forma de atrair os clientes e alavancar as vendas, muitas empresas realizaram promoções e/ou liquidações de artigos que compõem a lista escolar (39,1%). Outras ações utilizadas foram propaganda/divulgação (22,5%) e diversificação do mix de produtos (13,3%). As vendas nesse ano se basearam, para 51,9% das empresas, na lista completa de materiais. Em 62,6% das lojas, o consumidor preferiu pesquisar melhores preços. O valor médio gasto, por pessoa, não ultrapassou R$100,00 em 61,7% das unidades avaliadas. Além disso, o meio de pagamento mais utilizado pelos consumidores foi o cartão de crédito parcelado.

O desempenho das vendas

Devido ao abrandamento da pandemia e o aquecimento do comércio, 28,2% das empresas afirmaram que as vendas para o período de volta às aulas estão sendo melhores que no ano passado, resultado mais animador que no ano anterior (18,3%).

Apenas para 7,5% dos empresários entrevistados, os resultados foram ruins esse ano, enquanto que, no ano passado esse percentual chegou a 44,3% do Comércio Varejista. Os lojistas atribuem tais resultados aos preços altos dos produtos.

A pesquisa ainda revela que 8,2% dos comerciantes acreditam que haverá maior fluxo de consumidores após o carnaval.

Ações para o período

A pesquisa revelou que para atrair os clientes, 33,8% dos lojistas do segmento adotaram ações promocionais se preparando para o período com propagandas e divulgação. Cerca de 30,4%, se preparou com promoções e liquidações, enquanto 20,3% optaram por não investir.

Em 24,2% das empresas dos segmentos avaliados, o quadro de funcionários para o período foi reforçado com a contratação de temporários, percentual semelhante ao observado no ano anterior, quando 20,1% contrataram.

Perfil de Compras

Na percepção dos lojistas, 63,8% dos consumidores sempre fazem pesquisas de preços, enquanto 20,3% fazem pesquisas às vezes e outros 11,6% pesquisam raramente.

O economista da Federação, Stefan Wilson D’Amato, acredita que a queda das vendas em janeiro pode ser também em decorrência ao período de férias, sendo que grande parte da população viaja no mês. Além disso, o orçamento fica comprometido devido o pagamento de impostos. “Outros fatores já percebidos há alguns anos, como mudança de comportamento de compra dos consumidores que procuram economizar adquirindo materiais escolares por meio de permutas em grupos de WhatsApp e feiras de troca. Outras, optam ainda pela compra de materiais usados, que podem ser utilizados sem prejuízo às suas funções”, explica o economista.

Para 37,2% das empresas, o gasto médio com as compras de materiais escolares foi de R$100,00 a R$200,00, e para 18,4%, o ticket médio permaneceu entre R$200,01 e R$300,00. O principal meio de pagamento utilizado no período pelas famílias foi o cartão de crédito parcelado, modalidade que se destacou em 35,3% das empresas pesquisadas.

Olhar econômico

As empresas pesquisadas são de pequeno porte (até 9 funcionários) consolidadas no mercado e em sua maioria foram entrevistados os Hipermercados e supermercados, seguimento que ampliou a sua fatia de mercado com a oferta de produtos escolares e de papelaria.

No período atual, houve um acréscimo nas vendas de 28,2%, devido principalmente ao abrandamento da Pandemia e retomada das vendas presenciais no comércio. Os consumidores já estão sentindo os efeitos da inflação sobre a sua cesta de consumo escolar, assim como estão mais cautelosos devido ao alto nível de endividamento das famílias.

Conscientes da importância do marketing digital, os comerciantes utilizaram desta ferramenta para estimular as suas vendas, empregando em conjunto com a tradicional liquidação/promoção.

Devido ao alto endividamento e as contas de início de ano (IPTU e IPVA) os consumidores utilizam do cartão de crédito parcelado para amortecer esta despesa ao decorrer dos meses.

– Stefan Wilson D’Amato – Economista da Fecomércio MG

Sobre a pesquisa

Pesquisa quantitativa do tipo survey telefônico, baseada em empresas do comércio varejista de Minas Gerais que trabalham com vendas de itens da lista de material escolar, incluindo: papelarias e livrarias; mercados, supermercados e hipermercados; lojas de departamento, magazine e multicoisas. A pesquisa foi realizada entre os dias 30 de janeiro e 08 de fevereiro de 2023. Foram avaliadas 401 empresas, sendo pelo menos 38 em cada região de planejamento (Alto Paranaíba, Central, Centro-Oeste, Jequitinhonha-Mucuri, Zona da Mata, Noroeste, Norte, Rio Doce, Sul de Minas e Triângulo). A amostra avaliada perfaz uma margem de erro da ordem de 5,0%, a um intervalo de confiança de 95%.

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a Fecomércio MG atua junto às esferas públicas e privadas para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.

Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.

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