Exportações brasileiras: um olhar sobre a crise

24 de nov de 2015

Embora tivesse o sétimo maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo em 2014, o Brasil ocupou o 25° lugar no ranking mundial de países exportadores, correspondendo a apenas 1,2% das exportações mundiais, segundo o Ministério de Desenvolvimento da Indústria e do Comércio Exterior (MDIC). Além disso 71% das exportações brasileiras estavam concentradas na região Sul e Sudeste do país e apenas 25 produtos eram responsáveis por 59% da pauta exportadora. Esse fato demonstra a falta de evolução do comércio exterior brasileiro e aponta a necessidade urgente de mudanças, para que se promova dinamismo ao fluxo comercial brasileiro em transações internacionais.

O governo, com o intuito de mudar esse cenário, tem estimulado as exportações como principal alternativa em meio à crise e à alta do dólar. Em junho deste ano, foi lançado o Plano Nacional de Exportação, com o objetivo de aumentar a participação do país no comércio internacional.

Outras medidas vêm sendo adotadas para melhorar o desempenho das companhias brasileiras quanto às suas respectivas participações em âmbito mundial, como a unificação das informações do processo de comércio exterior por meio de um portal único, tendo em vista desburocratizar os trâmites de importação e exportação, com previsão de funcionamento para 2017.

Os financiamentos e as seguradoras de crédito também vêm aprimorando as opções de acesso aos empréstimos ofertados para Micro e Pequenas Empresas, a fim de estimular a participação das mesmas no mercado externo.

Mesmo com tais medidas sendo empregadas, o empresário brasileiro ainda enfrenta alguns obstáculos para exportar. O custo-Brasil, o baixo conhecimento nos trâmites de comércio exterior são alguns exemplos que agem como empecilhos para esse processo. Sem mencionar o aspecto cultural: o vasto mercado doméstico brasileiro, na maioria das vezes, se mostra bem mais atrativo e de mais fácil articulação comercial, e por isso atende bem a demanda que poderia ser exportada.

Contudo, é valido ressaltar que, apesar das dificuldades que figuram como constantes no processo de exportação, contar com um bom planejamento é uma premissa que contribui para viabilizar qualquer empreendimento. E para os que intentam operacionalizar fora do país, não seria diferente. Esse ponto é um dos fatores de grande diferencial entre o desempenho das grandes empresas comparada às pequenas no comércio exterior. Principalmente com os altos custos tributários que enfrentamos na atual conjuntura econômica, uma análise completa possibilita ao empresário avaliar e encontrar boas oportunidades, especialmente em tempos de crise.

Diante de toda a conjuntura exposta e do arranjo econômico no qual o país se encontra, fomentar a participação de micro e pequenas empresas no que tange as vendas ao exterior é uma das soluções sugeridas para o atual cenário. Com a proposta de dinamizar o comércio exterior brasileiro, o governo instituiu o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), cujo objetivo é fomentar a cultura exportadora nos Estados, acompanhando as empresas em todas as suas fases exportação.

Visando trabalhar de forma conjunta com outras instituições, o PNCE busca promover a mudança de visão sobre comércio exterior, para que o mesmo seja compreendido de fato como uma forma de as empresas explorarem mais suas potencialidades comerciais, ao passo que também se promova um melhor desempenho no âmbito internacional para a economia do país.

Juliana Peixoto Chaves Gomes
Analista de Negócios Internacionais da Fecomércio MG

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