22 de maio de 2023
Maioria já busca fornecedores com práticas sustentáveis
Pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG revelou que os empresários do varejo se preocupam muito com os problemas ambientais, sendo que 62,7% classificam o tema da sustentabilidade como muito importante. Mesmo que a maioria (56%) diga que não tem interesse em se aprofundar no tema, no centro da questão está o consumidor que vai influenciando os rumos dos negócios na medida em que 57,7% das empresas admitem optar por fornecedores com práticas sustentáveis. Esse percentual sobe para 67,6% entre 37,1% das varejistas que admitem necessidade de se aprofundar no tema da sustentabilidade.
A pesquisa, de grande abrangência, foi realizada em 407 empresas das regiões: Alto Paranaíba, Central, Centro-Oeste, Jequitinhonha-Mucuri, Zona da Mata, Noroeste, Norte, Rio Doce, Sul de Minas e Triângulo, entre os dias 25 de abril e 12 de maio de 2023. A amostra possui margem de erro da ordem de 5,0% e intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa também apurou que 98,3% das empresas varejistas adotam práticas sustentáveis no dia a dia como uso de lâmpadas de led (89,4%), equipamentos de maior eficiência energética (89,4%) ou mesmo retirando os aparelhos da tomada para economizar energia elétrica (84,5%) ou ainda, fazem uso de embalagens recicláveis ou sacolas retornáveis (65,6%).
Mais da metade das empresas do varejo adota as práticas há mais de seis anos, sendo que 1,7% delas não adota medidas relacionadas à sustentabilidade para suas empresas.
Preferência por fornecedor com práticas sustentáveis
Mesmo que apenas 3,44% das empresas consultadas possuam algum projeto próprio de sustentabilidade, 57,7% delas disseram dar preferência para fornecedores que adotam práticas sustentáveis.
Preocupação com ambiente e sustentabilidade ambiental
Quando perguntadas sobre o nível de preocupação com problemas ambientais, mais da metade (55,5%) informaram estar muito preocupada com problemas ambientais. A preocupação média é 4,3, numa escala que vai de 1, nada preocupada até 5, muito preocupada. Ou seja, em média, as empresas estão bastante preocupadas com o tema.
A sustentabilidade ambiental dentro das empresas recebeu avaliação média de 4,4, também indicando percepção de importância do tema por parte dos varejistas.
Tempo de atuação influencia na adoção de medidas sustentáveis
Para um percentual de 53,2% das empresas ouvidas na pesquisa, a adoção de práticas sustentáveis já dura entre 4 e 10 anos. Outros 22,1% delas as adotam há mais de 10 anos e 16% adotam esse tipo de medida entre 1 e 3 anos. Um diferencial captado pela pesquisa é que mais da metade das empresas com tempo de existência entre 21 e 50 anos adotam medidas sustentáveis há mais de 5 anos.
Entre as empresas que disseram ter algum projeto próprio de sustentabilidade, foram mencionados, entre outros, o descarte ecológico, a economia de copos descartáveis e consumo de energia reduzido, o estímulo ao uso da bicicleta como meio de transporte para os funcionários, a doação dos retalhos de tecido para criação de peças para casa e usina solar.
Consumidor dá a direção
Ainda que admitindo preocupação com a sustentabilidade, a maioria das empresas (56,0%) não sente a necessidade de se aprofundar no tema. Contudo, uma boa parte (37,1%) sente essa necessidade. Entre as empresas que sentem necessidade de se aprofundar no tema, 67,6% dizem que o consumidor as influencia na hora de escolher os fornecedores. Para conhecer e se adequar às práticas sustentáveis, 32,0% das empresas preferem ter o suporte através de informações e 16,0% gostariam de todo tipo de ajuda. Cerca de 90,0% do comércio varejista acha importante o incentivo de seus funcionários às práticas sustentáveis.
Temor da resistência ao preço restringe oferta de sustentáveis
Elo entre fornecedores e consumidores, 77,1% dos comerciantes reconhecem que a participação de produtos orgânicos e/ou sustentáveis tem se mantido ou tem aumentado nos últimos anos. Ainda assim, boa parte dos varejistas (43,5%) acredita que seus clientes não estão dispostos a pagar por produtos sustentáveis, enquanto cerca de 1/4 deles têm opinião contrária. Segundo os empresários entrevistados, em média 21,0% dos consumidores procuram por produtos sustentáveis. Para 50% dos comerciantes, a procura desses produtos vem de até 10% dos consumidores.
Olhar Econômico – por Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG
A sustentabilidade ambiental está se tornando uma questão cada vez mais crucial em todos os setores da economia. Vários estudos têm demonstrado que os consumidores estão dia após dia buscando por produtos que são ambientalmente sustentáveis. Essa preferência se evidencia nas escolhas feitas, como a opção por embalagens recicláveis, características biodegradáveis que evitam a contaminação das águas e processos de fabricação que não testam em animais, entre outras possibilidades.
A conscientização dos consumidores em relação a questões ambientais e sociais está aumentando gradualmente, e isso se reflete na preferência por empresas que demonstram um compromisso real com a sustentabilidade. Nesse cenário, as empresas que adotam práticas sustentáveis têm a oportunidade de obter uma vantagem competitiva significativa.
Ao evidenciar esse comprometimento em suas ações, as empresas têm a capacidade de atrair mais clientes e estabelecer uma credibilidade positiva no mercado. Visto isso, a pesquisa realizada pela Fecomércio MG demonstra que as empresas do comércio varejista mineiro estão cada vez mais preocupadas com os problemas ambientais, sendo que 55,5% dos empresários deste grupo afirmam estar muito preocupados e 62,7% dizem que este tema é muito importante para sua empresa.
Apesar dessa mudança de comportamento ser uma tendencia mais recente, 98,3% dos empresários do comércio varejista de Minas Gerais afirmam adotar algum tipo de medida que abrangem o tema, sendo que 52,2% dizem realizar tais condutas em um período de quatro a dez anos.
Entre as medidas, o uso de equipamentos mais eficientes e iluminação de led, o uso de embalagens recicláveis, além da atenção para o consumo desenfreado de energia elétrica e para recolhimento e aproveitamento de materiais que possam ser descartáveis se destacam. Essas são medidas que podem ser adotadas no dia a dia comercial e, podem também gerar economia para as empresas ao passo de serem onerosas no processo produtivo, ainda reafirmam a preocupação do setor para as questões ambientais.
O custo alto para a adoção de programas que atendam as demandas sustentáveis e a falta de mão de obra especializada sobre o tema, podem ser uma das justificativas para o baixo número de empresas que realizam, por conta própria, algum projeto de sustentabilidade. De acordo com a pesquisa realizada, 92,4% das empresas não possuem projetos de sustentabilidade e 37,1% afirmam ter necessidade de se aprofundar no tema.
Por fim, a pesquisa também aponta que o novo padrão de consumo afeta as decisões de compra das empresas na escolha de fornecedores, sendo que 67,5% dos estabelecimentos comerciais do estado levam esses quesitos em conta na hora de fechar suas parcerias e 57,7% dão preferência para os fornecedores que adotam práticas sustentáveis.
Os empresários mineiros estão percebendo que a procura por materiais orgânicos/sustentáveis vem aumentando ou se mantido ao longo dos anos, ao passo que, ¼ dos comerciantes acreditam que consumidores pagariam a mais para consumir tais bens.
Desta forma, notamos que a mudança de comportamento de consumo não se restringe apenas a percepção dos estudos e pesquisas externas ao comércio do nosso estado. A maior conscientização da sociedade quanto aos assuntos ambientais é uma realidade para o comércio, sendo percebida pelos empresários, demandando do setor comercial uma maior atenção para o tema, entregando respostas rápidas e efetivas para um público cada vez mais exigente.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais, é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 568 mil empresas mineiras. Juntos com Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais, a entidade integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC), atuando junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo, a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais. Há 84 anos fortalecendo e defendendo o setor, beneficiando e transformando a vida dos cidadãos.
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