Utilização do cheque especial aumenta entre consumidores de BH

8 de jun de 2022

Levantamento da Fecomércio MG indica que essa modalidade de crédito tem assumido papel cada vez maior no complemento de renda das famílias

A necessidade de tomar crédito para complementar a renda mensal cresceu em Belo Horizonte no mês de maio, atingindo principalmente a população que possui renda mais elevada. Segundo a edição mais recente da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), desenvolvida pelo setor de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), o número de pessoas com renda superior a dez salários mínimos que recorrem ao cheque especial aumentou 5,5 p.p entre abril e maio, chegando à marca de 16,4%.

“Devido ao abrandamento da pandemia, causado principalmente pelo avanço da vacinação da população, as pessoas estão voltando a ter confiança em frequentar o comércio de rua e a adquirir certos serviços que foram prejudicados pelo período mais intenso da pandemia. Dessa forma, os consumidores com renda superior a dez salários mínimos vem retomando o seu consumo de serviços voltados ao entretenimento e turismo”, explica a economista da Federação, Gabriela Martins.

A especialista explica ainda que, apesar do cheque especial ter um dos maiores juros do mercado (125,49% ao mês, em média), essa modalidade de crédito ainda apresenta um custo menor do que o rotativo do cartão de crédito (399,91%, em média). Dessa forma, para essas famílias, pode se tornar preferível a utilização de uma parcela do cheque especial disponível por um curto período de tempo para evitar entrar no rotativo do cartão de crédito.

A Peic traça o quadro de endividamento e inadimplência dos consumidores da capital mineira, e engloba dados para a orientação dos empresários que utilizam o crédito como ferramenta estratégica. De modo geral, a tendência do índice é de estabilidade. Em maio, 86% dos consumidores estavam endividados, 1,9 p.p inferior ao último mês. O percentual de consumidores com contas em atraso diminuiu na comparação mensal, assumindo o valor de 43,5% em abril.

O levantamento também traz dados sobre a parcela das famílias endividadas que não terão condições de honrar seus compromissos financeiros. Este índice somou 15,4%, no período analisado, número que representa um leve aumento de 0,6 p.p. Vale destacar a redução da quantidade de pessoas que estão otimistas em relação à quitação de seus débitos no próximo mês. O percentual, que era de 26,7% em abril, foi a 21,4% em maio.

A parcela da renda comprometida pelas dívidas supera os 10% em 80,6% dos casos. O percentual de famílias com dívidas que envolvem mais de 50% do orçamento mensal teve um aumento notável no período, atingindo 28,6% em maio. Aumento de 3,9 p.p em relação a abril. Em média, as dívidas comprometem 32,3% do orçamento do mês para as famílias da capital.

Confira, na íntegra, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) – Maio de 2022

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