Turismo criativo e gastronomia

6 de out de 2014

A procura por novos conceitos e práticas no mundo corporativo tem sido a engrenagem para a produção de estudos conduzidos por especialistas de diversas áreas. São eles que instigam o debate para desenvolver e implantar uma nova economia, a criativa. Para o segundo dia da Semana de Turismo do Sistema Fecomércio MG, o tema foi aprofundado por seis palestrantes nacionais e internacionais,  convidados para falar sobre Turismo Criativo, Gastronomia e Desenvolvimento Territorial.

Na ocasião, o presidente interino da Fecomércio MG, Sebastião da Silva Andrade, ressaltou a importância do aperfeiçoamento contínuo. “O aprender nunca acaba. Hoje é uma grande oportunidade para todos os profissionais”.

Creative Tourism Network

O papel do turismo criativo é utilizar o que existe e criar uma nova história, aproveitando todas as potencialidades dos locais. “Precisamos ter outra visão dos destinos. O profissional deve ser criativo na hora de criar produtos e serviços”, explicou a especialista em Turismo Criativo e co-fundadora do programa de Turismo Criativo de Barcelona e do Creative Tourism Network, Caroline Couret.

Para identificar se um destino tem potencial para o turismo criativo, ela criou um checklist com os seguintes itens a serem analisados: um passado histórico, cultural e social que moldou a identidade do destino; população multicultural, aberta e participativa; valor das tradições e o patrimônio imaterial; um tecido criativo formado por uma infinidade de artistas, artesãos e associações culturais; presença de um setor das indústrias criativas; segmentação do destino turístico; equipe de gestão fortemente envolvida no projeto; e presença de infraestrutura turística.

“O turismo criativo é diferente do turismo de massa, no qual só o preço muda. O criativo é diferente, é um produto único e especial”, disse o secretário Municipal de Turismo de Porto Alegre, Luiz Fernando Moraes. Segundo ele, o Turismo Criativo foi inserido na cidade por meio de muito estudo. Foi criada uma metodologia pautada em informação, desenvolvimento e qualificação da oferta, monitoramento e avaliação, além de relacionamento e promoção.  “A segmentação das áreas foi estratégica, pensando no que pode ser trabalho de forma diferente e produtiva”, explicou.

A superintendente de gastronomia na Secretaria de Estado de Turismo e Esportes de Minas Gerais, Marina Simião, ressaltou que a economia criativa é um novo olhar para a economia, pois agrega toda a cadeia de atividades de serviços. “Em Minas Gerais, buscamos trabalhar o Turismo Criativo pautado na oportunidade de valorizar a tradição, com a inserção de pequenas empresas, diversidade dos setores e também com o cuidado e a atenção para que as ações não se tornem modismo”.

Gastronomia e Desenvolvimento Territorial

Quem não gosta de chegar a um destino e ser bem acolhido com o que há de melhor na culinária local? E ainda saber que os ingredientes utilizados e a elaboração da receita foram feitos por mãos que conhecem como ninguém aquela região? Pelo fato de essa questão estar diretamente ligada à proposta do turismo criativo, a Fecomércio MG trouxe para a Semana do Turismo um painel com o tema “Gastronomia e Diversidade Territorial”.

Para que o assunto fosse exposto com abrangência e objetividade, o evento trouxe um caso prático de um destino que se reinventou por meio do turismo e da gastronomia. Dessa forma, o convidado de destaque do painel foi Bernardo Roca Rey, presidente da Apega – Sociedade Peruana de Gastronomia – entidade organizadora da maior festa gastronômica do Peru, a Mistura (o evento é uma homenagem aos pequenos produtores e às melhores cozinhas artesanais locais que representam o país). O mediador do painel foi o especialista do Sistema Fecomércio MG, responsável pelo alinhamento educacional da área gastronômica de Minas Gerais e pelo curso superior de Tecnologia em Gastronomia do Senac Minas, Hans Aichinger. O terceiro e último componente foi o chef Ivo Faria, eleito doze vezes o melhor chef de cozinha de Belo Horizonte por importantes meios de comunicação da área gastronômica.

O presidente da Apega abriu o painel explicando a importância cultural da Mistura, como a festa conquistou um público grande e diversificado (aproximadamente 500 mil pessoas) e quais foram os ganhos culturais e turísticos para a região. Em seguida, os participantes ouviram os relatos experientes do chef Ivo Faria, que além de compartilhar as tendências do turismo criativo, reforçou a necessidade de os órgãos competentes se unirem em prol da gastronomia local, de forma a assegurar o perfil culinário da região e a valorização cultural.

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